Gottlieb Daimler
O motor de combustão interna é tido como o ponto de partida
para a invenção da motocicleta.
O desenvolvimento desse motor, assim como sua adaptação às
duas rodas em linha,
formando o embrião da motocicleta, é obra de Gottlieb
Daimler (1834-1900),
nascido na pequena cidade de Schorndorf, Alemanha, em 17
de março de 1834.
Frequentando aulas de desenho surgiu sua paixão pela
engenharia
e passou a trabalhar como aprendiz de armeiro.
Entre 1853 e 1857, Daimler terminou seus estudos de engenharia
em Stuttgart e,
graças a uma bolsa de estudos,
foi para Londres fazer um estágio
com célebre engenheiro e inventor.
Cansado da Inglaterra, o irrequieto alemão
trabalhou numa fábrica
de máquinas a vapor em Estrasburgo, na França.
Em Paris, Daimler interessou se pelo motor Lenoir,
frequentemente utilizado para iluminação de pequenas cidades.
Precursor dos propulsores de combustão,
alimentado por gás e
fagulha de ignição interna,
o propulsor criado pelo engenheiro belga Jean
Joseph Étienne Lenoir (1822 – 1900)
era uma alternativa mais compacta e
eficiente que os motores a vapor.
Nos dez anos em que permaneceu na França, e analisando o funcionamento do engenho de Lenoir,
Daimler se convenceu de que os motores a vapor estavam com os dias contados.
Em 1863, de volta a Alemanha,
Daimler conseguiu um emprego de
inspetor de oficina
na fábrica de maquinas Bruderhaus,
na qual viria conhecer
Wilhelm Maybach (1846 – 1929).
Daimler entrou e saiu de diversa empresas de engenharia
até
que em 1892 foi contratado como diretor técnico da fábrica de motores Deutz,
na
qual participou do projeto do motor de combustão interna
desenvolvido por
Nikolaus August Otto (1832 – 1891) e Eugen Langen.
Em 1875 era chefe do grupo de trabalho que adaptou o motor atmosférico
Otto,
movido a diesel, para consumo de gasolina.
Em 1881 as estratégias eram muito opostas
aos pensamentos de
Daimler que foi demitido.
Com o dinheiro da indenização,
ele viajou para Rússia,
onde
estudou tecnologia de combustíveis.
Ao retornar a Alemanha comprou grande propriedade
e convenceu
Maybach a acompanhá-lo em sua nova empreitada,
o desenvolvimento de motores não
estacionários movidos a petróleo.
Depois de muitas tentativas, no final do ano de
1883, Daimler e Maybach pediram a patente de um motor de quatro tempos
que atingia 600 rotações por minutos, fundido em uma fábrica de sinos,
com cilindros horizontais de bronze, isolamento de calor,
refrigeração a ar e ignição de tubo incandescente
não controlado pela rotação do motor.
Otto e a diretoria da Deutz disputam a patente,
pois essa
era uma formulação muito próxima dos produtos que desenvolviam.
A disputa nos tribunais, após longas discussões e acusações,
decidiu a favor de Gottlieb Daimler.
1884 Daimler e Maybach construíram um novo motor de
concepção vertical,
batizado de Standuhr (relógio de pé), com 462 cc e 1,2 hp
de potência,
com economia de pesos e medidas que o capacitavam a fazer um veículo
se movimentar.
Com seu dinheiro chegando ao fim,
pensou em um veículo de
fabricação barata e prática.
O biciclo, veículo batizado de Einspur (uma pista),
referência
às duas rodas em linha montadas em um chassi de madeira (nogueira),
com rodas
de madeira e banda de rodagem de ferro.
A dianteira não tinha angulação de caster,
o que implicou
uma dirigibilidade precária,
mas afinada com o proposito fundamental da dupla
de inventores:
movimentar o veículo pela força do motor.
A exemplo dos biciclos para crianças,
a Einspur possuía duas
pequenas rodas laterais para manter o equilíbrio,
pois o banco, no estilo de
sela de cavalo
era tão alto que o condutor não conseguia apoiar os és no chão.
A transmissão, por meio de correia plana para um pinhão,
na qual
havia uma haste, era conectada a uma espécie de coroa em dois tamanhos,
movimentado por cordões conectados ao guidão.
A tensão das correias gerava a tração e consequentemente o
movimento.
Com base nesse veículo com máquina de potência a gasolina ou
petróleo,
Daimler em 28 de agosto de 1885 recebeu a patente DRP 36423.
Na manhã de 10 de novembro de 1885, Paul Daimler (1869 –
1945),
o filho mais velho de Gottlieb, partiu para três quilômetros de viagem,
entre as cidades de Connstatt e Unterturkheim,
a uma velocidade média de 6
km/h.
Paul não foi muito longe, nem andou muito rápido,
mas tornou-se
o primeiro motociclista do planeta.
Os dois tombos que levou pelo caminho e o incêndio no banco,
Os dois tombos que levou pelo caminho e o incêndio no banco,
devido à proximidade do escapamento,
da Einspur no final do trajeto também entraram
na história.
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